Magazine Risco Zero N.º 30

/79 solventes e metais pesados, podem causar danos ao fígado e aos rins, resultando em insuficiência hepática ou renal. Desordens Neurológicas: Exposição a neurotoxinas pode levar a sintomas como tremores, neuropatia periférica, alterações cognitivas e, em casos graves, danos permanentes ao sistema nervoso central. Efeitos Reprodutivos e Teratogênicos: Alguns produtos químicos podem afetar a fertilidade e causar malformações congênitas em fetos. Câncer: Exposição prolongada a substâncias cancerígenas, como asbestos, benzeno e outros compostos químicos, pode aumentar o risco de desenvolver vários tipos de câncer. Os principais efeitos causados pelas substâncias químicas: Efeitos irritantes: são causados, por exemplo, por ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia, soda cáustica, cloro, que provocam irritação das vias aéreas superiores Efeitos asfixiantes: são causados, por exemplo, por gases como hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros causam dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e até a morte. Efeitos anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos assim como o butano, propano, aldeídos, acetona, cloreto de carbono, benzeno, xileno, alcoóis, tolueno, tem ação depressiva sobre o sistema nervoso central, provocando danos aos diversos órgãos. O benzeno especialmente é responsável por danos ao sistema formador do sangue. Poeiras minerais: provêm de diversos minerais, como sílica, asbesto, carvão mineral, e provocam silicose (quartzo), asbestose (asbesto), pneumoconioses (ex.: carvão mineral, minerais em geral). Poeiras vegetais: são produzidas pelo tratamento industrial, por exemplo, de bagaço de cana-de-açúcar e de algodão, que causam bagaçose e bissinose, respectivamente. Poeiras alcalinas: provêm em especial do calcário, causando doenças pulmonares obstrutivas crônicas, como enfisema pulmonar. Poeiras incômodas: podem interagir com outros agentes agressivos presentes no ambiente de trabalho, tornando-os mais nocivos à saúde. Fumos metálicos: provenientes do uso industrial de metais, como chumbo, manganês, ferro, etc., causando doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos metálicos, intoxicações específicas, de acordo com o metal. Exemplos de Substâncias Químicas e Seus Efeitos 1. Benzeno • Efeitos Agudos: Tontura, dor de cabeça, confusão, náusea. • Efeitos Crônicos: Anemia, leucemia, danos ao sistema imunológico. 2. Asbesto (Amianto) • Efeitos Crônicos: Asbestose, mesotelioma, câncer de pulmão. 3. Chumbo • Efeitos Agudos: Dor abdominal, vômitos, confusão. • Efeitos Crônicos: Anemia, neuropatia periférica, problemas renais, problemas de desenvolvimento em crianças. 4. Mercúrio • Efeitos Agudos: Irritação pulmonar, dor de cabeça, tremores. • Efeitos Crônicos: Danos neurológicos, insuficiência renal, problemas comportamentais. 5. Formaldeído • Efeitos Agudos: Irritação dos olhos, nariz e garganta, tosse. • EfeitosCrônicos: Sensibilizaçãodapele, câncer nasofaríngeo, câncer de pulmão. Hierarquia das Medidas de Controle Há diferentes medidas que podem ser implementadas a fim de controlar a exposição nos ambientes de trabalho. Algumas medidas são preferíveis em detrimento a outras e é possível desenvolver uma lista de medidas em ordem prioritária. Tal lista é comumente conhecida como uma Hierarquia de Controle (HOC). Existem várias versões diferentes do HOC, mencionados nos livros didáticos e revistas. No entanto, todos eles são baseados nos mesmos princípios básicos. A hierarquia pode ser desenvolvida considerando que os controles podem ser aplicados e também qual o tipo de controle é susceptível de ser mais eficaz. Há três "zonas" onde as medidas de controle podem ser aplicadas: • Na origem do contaminante - Fonte • Ao longo do percurso entre a origem e o trabalhador - Ambiente • No receptor – Trabalhador A melhor maneira de conseguir um controle eficiente é focando ações na fonte geradora do contaminante. Se isto não for conseguido ou não resolver o problema, deve ser feita uma tentativa de controlar o agente de risco no percurso (ambiente) entre a fonte e o trabalhador. As medidas de controle primária baseada em torno dos próprios trabalhadores serão utilizadas se a intervenção da fonte e na trajetória for insuficiente. Controle na Fonte As medidas que podem ser aplicadas na fonte da contaminação incluem: • Eliminar a fonte; • Substituir, utilizando processos e/ou materiais menos perigosos; • Isolar / conter / enclausurar – cercando as fontes ou os trabalhadores, ou a fonte e alguns funcionários juntos em vez de todos os trabalhadores; • Modificar o processo de produção; • Incluir métodos automatizados - uso de robótica, produtos auxiliados com controle remoto ou computador; • Separação - colocar a fonte em um local diferente dos trabalhadores; • Ventilação local - uso de ventilação para capturar o contaminante na fonte, para evitar a dispersão;

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