Magazine Risco Zero nº24
FELICIDADE NO TRABALHO ARTIGO INFORMATIVO | ACADEMIA BAI “Você não precisa de sucesso para ser feliz, mas precisa de ser feliz para ter sucesso.” - Shawn Achor Será que fomos projectados para sermos felizes? Gostaria de dar início a este artigo com uma questão que foi colocada amime aosmeus colegas: será que fomos projectados para ser felizes? Como muitos de vocês, eu também acreditava que sim. Mas, na verdade, o ser humano não foi projectado para ser feliz, nem mesmo para estar contente. Ele foi projectado para sobreviver a ameaças e para se reproduzir, e um estado de felicidade ou de contentamento é desencorajado pela natureza, porque fá-lo-ia baixar a guarda e não lhe permitiria estar tão atento a riscos ou ameaças. Será que temos todos a mesma predisposição para a felicidade? E quanto à nossa predisposição para a felicidade: será que temos todos a mesma predisposição para a felicidade? Esta questão foi endereçada com maior propriedade por Sonja Lyubomirsky, professora de Psicologia na UC Riverside, que é uma das principais investigadoras sobre a felicidade. No seu livro “The How of Happiness”, Sonja revela que a variação da felicidade dos indivíduos pode ser impactada por traços hereditários (50%), circunstâncias de vida (10%), e actividades intencionais (40%). Mas, infelizmente, a pesquisa não nos diz que quantidade de felicidade de determinado indivíduo deriva de cada uma dessas fontes – esta variação é diferente para cada um de nós. Oqueestápordetrásda infelicidadedaspessoas? Muitos acreditam que somos mais infelizes nos dias de hoje do que há 50 anos. Bertrand Russell, um filósofo britânico e crítico social, no seu livro “A Conquista da Felicidade”, identificou oito causas responsáveis pela infelicidade: o tédio, a falta de significado, a fadiga, a competição, a inveja, a mania da perseguição, a culpa e a vergonha, e o medo da opinião pública. A felicidade no trabalho Em contexto de trabalho, uma pesquisa realizada por Fredy Machado para o livro “É possível se reinventar e integrar a vida pessoal e profissional”, junto de mais de 300 colaboradores brasileiros, mostra que cerca de 90% das pessoas estão infelizes com os seus trabalhos. Desse percentual, 36,52% estão infelizes com o trabalho que exercem e 64,24% gostariam de fazer algo diferente para serem mais felizes. Estudos como estes comprovam a necessidade de se dar cada vez mais destaque à felicidade no trabalho, considerando o seu maior benefício para as empresas (produtividade). Segundo um levantamento recente da Harvard Business Review, funcionários infelizes são 18% menos produtivos, geram 16% menos lucro, são responsáveis por um aumento de 37% nas taxas de absentismo e ainda promovem 49% dos acidentes no ambiente de trabalho. Em contraste, a felicidade traz o resultado oposto, como foi comprovado por organizações como o Google, que, após perceber um aumento de 37% na felicidade de seus colaboradores, também conseguiu alcançar um aumento de 12% na sua produtividade. É com base na garantia destes benefícios que começam a surgir novos cargos voltados para a promoção do bem-estar no ambiente de trabalho: o Happiness Manager e o Chief Happiness Officer (CHO). Onde e como surge o conceito da felicidade no trabalho? O conceito nasceu nos Estados Unidos da América e rapidamente se espalhou pela Europa e pela Ásia. No nosso país, por exemplo, também algumas empresas já criaram o Departamento da Felicidade e empregaramGestores da Felicidade. Mas o que é um Gestor da Felicidade? Um Gestor da Felicidade é um estrategista. Ele vai tentar perceber qual a melhor forma de apoiar a organização para criar uma cultura saudável. É uma forma de “olhar para a organização de uma maneira bem mais ampla”, como nos diz Carla Furtado, fundadora do Instituto Feliciência. O que fazer para garantir que a felicidade no trabalho seja um facto? Para garantir a felicidade no trabalho não basta oferecer condições básicas. Os novos profissionais precisam ir muito além, para criar um ambiente de trabalho agradável, em meios físicos ou virtuais. Além disso, a pessoa contratada com essa finalidade não fica restrita à mesma, podendo acumular outra função dentro da empresa. magazine risco zero
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