Magazine Risco Zero nº24
/41 aparentemente está tudo bem, uma vez que não se contabilizam os números. Os indicadores de segurança e saúde ocupacional (como taxa de acidentes trabalho, incidência padronizada de acidentes trabalho ou doenças profissionais, taxa de fatalidades...) bem como outros dados sociodemográficos, factores e empregabilidade, factores económicos e de sustentabilidade, são muito importantes uma vez que são contabilizados para a implementação de políticas de segurança e saúdemais eficazes, normas e regulamentos, sempre no sentido da prevenção e da redução dos índices de sinistralidade laboral e doenças profissionais. Então o que temos nós trabalhadores, empregadores e entidades governamentais que fazer para garantir uma eficácia na comunicação da estatística da saúde ocupacional? Não é fácil. Não é fácil em Angola, não é fácil em Africa, onde nos encontramos, ondemuitos trabalhadores estãoempregados sem contratos, a maioria no mercado informal, sem protecção social, sem seremfiscalizados emmatéria de segurança e saúde ocupacional. Quando há um acidente, não é participado, quando há uma fatalidade não é contabilizada. Os trabalhadores não têm direitos, apenas deveres. E não contam para estatística. Apesar de em Angola as nossas entidades fiscalizadores estarem mais activas procurando actuar mais eficazmente, ainda há muito a fazer. E dou os parabéns à IGT em Angola, em matéria de segurança e saúde ocupacional, pelo excelente trabalho que tem desenvolvido. No entanto as organizações também têm de colaborar com as entidades governamentais e tutelares para a melhoria das condições de trabalho e monitoramento da saúde dos trabalhadores. De acordo com a OMS, “grandes empresas do sector formal e mais de 85% dos trabalhadores em pequenas empresas, sector informal, agricultura e migrantes em todo o mundo não têm cobertura de saúde ocupacional” Sabemos isto porque? Existem dados estatísticos. Ter conhecimento dos principais riscos ocupacionais que afectam os trabalhadores é extremamente importante para a prevenção da saúde ocupacional. E só o sabemos se tivermos conhecimento das estatísticas dessas doenças, como por exemplo: de acordo com a OMS “Certos riscos ocupacionais, como lesões, ruídos, agentes cancerígenos, partículas transportadas pelo ar e riscos ergonômicos são responsáveis por uma parte substancial da carga de doenças crônicas: 37% de todos os casos de dor nas costas, 16% de perda auditiva, 13% de doenças obstrutivas crônicas doença pulmonar, 11% de asma, 8% de lesões, 9% de câncer de pulmão, 2% de leucemia e 8% de depressão.” (Fonte OMS) Anualmente morrem milhões de pessoas, de doenças não transmissíveis enquanto estão ainda em idade activa (para trabalhar) sem se saber as causas, sem se investigar as razões, sem se entrar para as estatísticas laborais. Pub
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